sexta-feira, 13 de maio de 2011

Vaga nas Semis com muita emoção!

 Pelo que apresentou em alguns momentos da partida, o Vasco poderia ter garantido sua classificação diante do Atlético- PR de forma muito mais tranqüila. Mas como não teria graça se tudo fosse fácil, o time parece  ter resolvido fazer valer o valor do ingresso pago pela torcida de uma forma nada agradável: fazendo os vascaínos presentes passarem por emoções fortes. O empate em 1 a 1 com o Furacão poderia ter feito várias vítimas de enfarte Brasil afora (eu pelo menos quase tive um treco ontem).

E o que o Vasco precisou para fazer tremer tudo quanto era vascaíno com problema cardíaco? Bastou jogar alguns momentos com o tal do “regulamento” debaixo do braço. Como quem precisava ir ao ataque era o adversário, nosso time ficou cozinhando o jogo em banho-maria. Quando tudo saía como planejado, conseguíamos cadenciar o jogo e colocar o Atlético na roda. Nessas horas, chegávamos ao ataque e criávamos boas chances. Mas quando o Vasco não conseguia ditar o ritmo da partida, víamos um rival muito mais afim do jogo, marcando com mais vontade e partindo com mais velocidade para o ataque. No primeiro tempo deu tudo certo. O empate seguia no placar, tivemos mais posse de bola e o Furacão pouco ameaçou.
Mas aí veio o segundo tempo. E as coisas começaram a se inverter.
O Vasco tentou manter o jogo morno, mas esse não era o plano do Atlético. Adílson Batista modificou sua equipe e o Furacão passou a comandar as ações. Nosso time parecia não perceber que o domínio atleticano estava começando a ficar perigoso e seguiu com seu jogo cadenciado, indo ao ataque apenas na boa. Bastante satisfeito com o placar, o Vasco imaginou que estava tudo sob controle.
Mas não estava. E as coisas começaram a azedar quando, justamente ele, o pequeno Madson (que nada de produtivo fez na primeira partida), acertou um passe à la Felipe para o atacante Nieto marcar, numa das poucas bobeiras graves da nossa zaga. As substituições do Adilson Batista tinham dado resultado.
Ao Ricardo Gomes, vendo o eminente fracasso bater à sua porta, só restava fazer o mesmo que o técnico adversário e mudar o time. As suas substituições, confesso, não me pareciam ser a solução para o jogo: Fagner, que havia entrado no lugar do Allan antes mesmo do gol rubro-negro, e Elton, o controverso centroavante, substituindo um pouco efetivo Diego Souza. O time cresceu no jogo, o que era um motivo extra para a torcida se irritar (precisávamos esperar levar um gol para começar a jogar bola?). A situação se inverteu mais uma vez; agora, quem lutava para segurar o resultado eram os visitantes.

Mas logo a história se repetiu, e dessa vez a nosso favor. Como no gol do Atlético, os criadores do gol de empate vascaíno foram os reservas. E para dar contornos épicos ao lance, foi um momento de redenção: para o Fagner, que raramente acerta um cruzamento e ontem centrou a bola na medida, e para o Elton – o atacante mais contestado do elenco – que voltou a ser decisivo e marcou o que podemos considerar até agora o gol mais importante do ano para o Vasco.
Ainda faltavam pouco mais de dez minutos para o fim da partida (mais os acréscimos do juiz), mas o Vasco seguiu ditando o ritmo depois do empate. Jumar ainda entrou para fechar mais o meio, o Furacão ainda teve uma chance de muito perigo, mas não teve jeito. A emoção ao apito final do juiz foi de alívio e alegria para os vascaínos que lotaram a Colina.
Vaga na semifinal assegurada, é bom que o time do Vasco agora compreenda a responsabilidade que lhe caiu sobre os ombros: é o time mais tradicional dos que sobraram na competição e todos sabem que o jejum de títulos em São Januário já não é aceitável há vários anos. Faltam quatro jogos para o título inédito para a Colina e os jogadores sabem que a missão não será fácil. O Avaí bateu o São Paulo tendo o jogo da volta na Ressacada, e essa também será a ordem das partidas contra o Vasco. Não podemos fazer o que fizemos ontem, jogando por um empate porque o resultado nos interessava. Para ser campeão, temos que jogar para ganhar sempre. Como normalmente fazem as equipes campeãs.

***

Quem não precisa fazer mais nada pra mostrar que é campeã é a torcida. Com a Colina lotada, não teria como a festa deixar de ser linda. E a presença da massa cruzmaltina ainda serviu para calar o último argumento que a torcida do Furacão ainda poderia – em seus devaneios mais loucos – usar para tentar exibir alguma superioridade: no jogo da ida, a Arena da Baixada recebeu menos de 18 mil atleticanos. Ontem, o Vasco contou com o apoio de mais de 20 mil torcedores em São Januário.
Mesmo que o nosso histórico estádio tenha capacidade menor que a Arena, que seus acessos sejam complicados e que o jogo tenha acontecido num horário ingrato, nossa torcida também venceu o duelo contra a do Furacão. Espero que eles tenham aprendido o que é um caldeirão depois dessa…

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