A comparação com a partida contra o ABC ajudaria na análise da partida qualquer fosse o resultado, mas esse 4 a 0 pra cima do Bangu não deixou dúvidas para ninguém: Felipe, pelo que está jogando, faria falta em qualquer time do país. Não há um meia no futebol brasileiro nesse começo de ano que esteja jogando a bola que o nosso maestro está.
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Vão falar também que a expulsão de um jogador do Bangu facilitou as coisas para o Vasco. Obviamente é melhor jogar contra 10 que contra 11, mas essa é uma visão simplista da coisa. A desvantagem numérica deixou o interessante time do técnico Marcão mais cauteloso, o que ajudou a nossa defesa. Já para os homens de frente, as coisas ficaram até mais complicadas, já que dificilmente o alvirubro se fecharia tanto se tivesse com o mesmo número de jogadores que o Vasco. É por isso que eu digo: se a expulsão não tivesse acontecido, o risco de uma goleada ainda maior seria enorme para o Bangu.
Minha teoria se prova pelo que aconteceu no jogo antes da expulsão do volante Rafael. O Vasco já dominava a partida, tinha criado as melhores chances, mas o Bangu também atacava e tinha levado perigo ao nosso gol duas vezes (numa falta em que o Prass falhou bisonhamente e deu sorte e outra numa bola cruzada em que faltou apenas um pezinho para empurrar a bola). Com o vermelho, o Bangu se absteve de atacar e o jogo virou de um time só. Nosso oponente se fechou muito mais e nada impediria de vermos outro daqueles jogos em que o Vasco pressiona, ataca e não consegue furar a retranca adversária.
Nada impediria se não tivessesmos o Felipe em campo, claro.
Mesmo com a defesa do Bangu mais plantada, quem encontrava os espaços e deixava os atacantes na cara do gol era o nosso maestro. Quando não dava um passe milimétrico ou driblava um marcador, tentava o arremate. Vale falar também do Fellipe Bastos e do Eder Luis, que jogavam bem, mas que perderam gols (ou por boas defesas do goleiro banguense ou por imprecisão na conclusão). Mas quem ditava o ritmo era mesmo o Felipe. O primeiro da goleada demorou a sair, mas como não poderia deixar de ser, veio por conta da visão de jogo do camisa 6, que encontrou Dedé livre de marcação na área e com um passe preciso deixou o zagueiro na cara do gol para marcar.
Veio o segundo tempo e se o Bangu pretendia complicar as coisas como fez na primeira etapa, não teve muito tempo para executar seu plano. Logo aos dois minutos, Felipe deu outra das suas bolas açucaradas e foi a vez de Eder Luis marcar o seu – depois de perder dois gols feitos no primeiro tempo – após receber passe na entrada da área. Com o placar ampliado, o Bangu se resignou e deu por terminadas as chances de reação.
Mas o Vasco e o Felipe ainda queriam mais. O maestro ainda deixou o Diego Souza na cara do gol e depois perdeu um gol feito após cruzamento do Leandro (que havia entrado no lugar do Eder Luis) antes de dar o passe que culminou no terceiro: vendo a penetração do Bernardo (que entrou no lugar do Diego Souza), tocou para o meia que, sem ser fominha dessa vez, rolou para o Alecsandro marcar, diante de um gol vazio, pela primeira vez com a camisa do Vasco. Minutos depois, o fechamento com chave de ouro: Leandro vai à linha de fundo e rola para trás. Felipe recebe na entrada da área e coloca como quer no fundo das redes. Leandro e Bernardo ainda quase ampliaram, mas o 4 a 0 seguiu até o fim do jogo.
O Vasco vem crescendo de produção no momento certo, e se o Bangu não foi um adversário mais complicado – e se lembrarmos que teve rival aí que precisou de mais de 50 minutos no segundo tempo para vencê-los – foi porque não demos chances para isso acontecer. O show comandado pelo Felipe nos levou de volta à liderança do grupo, dessa vez isolada, e nos deixou com um pé na vaga para a semifinal. Agora é pensar na Copa do Brasil e no ABC, lembrando que precisamos da vitória para nos classificarmos. A atuação do maestro hoje nos traz mais tranquilidade: se Felipe conduzir o Vasco sob a sua batuta como fez ontem, a vaga virá naturalmente.
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